#002 | A vida, ela dá voltas...

Não imaginei que demoraria mais de 2 meses para escrever de novo. Mas tenho aprendido que o sentimento de ter controle é apenas uma ilusão, e lutar contra isso é como nadar contra a correnteza.

Após encerrar o ciclo no meu antigo emprego, como boa sagitariana senti que precisava viajar. Minha temporada na Austrália era para ser apenas 3 meses, mas como o mundo fechou as portas, eu me vi “presa” aqui. E como não temos controle de nada, acabei ficando por mais um ano - tempo esse em que conheci meu atual marido, e 3 meses se tornaram 3 anos e meio. Ou seja, desde que cheguei na Austrália ainda não havia voltado para minha antiga "casa” - Londres. E como a vida começou a me “obrigar” a fechar uns ciclos, senti que era hora de encerrar esse também.

Voltei à Londres para rever amigos, lugares e sentimentos. Observar o que surgiria e entender seu papel em minha vida atual. Reconectar com as amizades foi mágico e revigorante. Ao mesmo tempo em que o eito apertou por não estar presente no dia a dia, me confortou saber que independente do tempo distante, existem amizades que continuam como se tivesse dado um PAUSE e apertado PLAY novamente.

Voltei de Londres sem nem ter tempo de processar tudo com calma, pois mudaria de casa em menos de uma semana. E hoje, percebo que precisei de quase um mês para processar (e sentir!) todas as mudanças e fechamentos que aconteceram nos últimos tempos. O que me trouxe as seguintes reflexões:

• Controle é ilusório - Falo isso, mas sinto na pele todo dia o quanto desafiador é soltar esse carinha. Querer controlar tudo e todos, nos tirar do papel de sentir e reagir à coisas. Estudando meu próprio desenho humano, percebi que eu sou projetada para estar numa energia mais feminina, de seguir o flow e ser fluida. Mas fui condicionada minha vida toda a ter controle, e estar na polaridade masculina a maior parte do tempo. O que me gera desalinhamento e frustração. Entender esse lado do meu desenho, me fez reavaliar todas as áreas em que tento ter controle, e me fez questionar POR QUÊ? O que abre uma lista de coisas que pode ser tema de uma outra newsletter.

•  Silenciar (e sentir) é preciso! - Percebi que hoje em dia silenciar é um desafio. Seja porque você não mora sozinho, ou por causa de celular e social media. Silenciar e estar confortável no silencio pode ser desafiador. Eu como boa projetora (meu tipo áurico no Desenho Humano), preciso de tempo sozinha e de silêncio para poder digerir os acontecimentos, emoções, sentimentos e me re-energizar. E aprendi que não adianta tentar não sentir, quando permitimos sentir as emoções, ela sobe, atinge seu pico e desce, seguindo seu curso natural, mas se não permitimos ela nos derruba e nos sentimos perdidos e fracos. Reserve momentos de silêncio, e observe seus sentimentos e emoções. Isso fortalecerá sua conexão interior, e fortalecerá sua relação e confiança em si mesmo.

• Motivação (não é uma skill) - Nem é um traço de personalidade que nascemos com ou sem. Motivação é uma sensação que vem e vai, e não devemos contar que ela sempre estará presente. Dominar a motivação é construir a capacidade de fazer o que mais importa para você, mesmo quando uma parte de você não quer fazer.

• Receba! O tempo que passei em Londres me mostrou como é desafiador (e importantíssimo) receber. Receber o carinho e o cuidado das pessoas que te amam. Receber o que elas querem te oferecer, seja um café, um jantar, um ombro amigo ou um elogio. Quantas vezes as pessoas te elogiam, e você nem fala “Obrigada!" e já dá logo uma desculpa para não “aceitar” o elogio?

E finalizo, propondo que você se permita e teste receber o que for ofertado para você essa semana. Se for um elogio, fale apenas obrigada!. Se for um café, aceite sem prometer que o próximo é por sua conta. Se for um abraço, abra o peito e abrace realmente, estando presente no momento e recebendo o carinho.

See ya!

Lu